30 agosto 2007

Queria estar inspirada 24 horas pra chegar em frente meu computador e só deslizar os dedos e apresentar um texto lindo, cheio de poesias, de cores e amores.
Queria, mas não posso.
O que tenho em minha mente não permite que eu fale mais do que 20 linhas e tudo praticamente repetitivo e cansativo.
Por isso, deixarei um texto (feminista ao extremo) de Lya Luft. Beijo.
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Canção das mulheres
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.
Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo: “Olha que estou tendo muita paciência com você!”
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: “Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!”
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: “Pôxa, mais um?”
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro – filho, amigo, amante, marido – não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

26 agosto 2007

Amor = delicadeza + gentileza + afeto = Amor

Gentileza e afeto - as pupilas dilatadas pelo amor humano
Por J. Malvar Fonseca
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Há algum tempo, li não sei onde um episódio ocorrido com uma escritora que foi passar dois meses numa região montanhosa de um país europeu, num período do ano em que era freqüente acontecerem grandes tempestades; ia com o propósito de conhecer os costumes da gente do campo e colher assim material para um romance.
Quando estava desfazendo as malas no pequeno chalé que alugara, com a ajuda da caseira que morava perto dali, desabou um grande temporal e as luzes se apagaram. A caseira acendeu umas velas e, enquanto atiçava o fogo na lareira, bateram à porta. Era um rapazinho de uns doze anos, conhecido da caseira.
Depois de recuperar o fôlego, o menino disse:
- Vim ver se está tudo bem com a senhora.
A caseira agradeceu e apresentou-o à escritora. Como a ventania aumentasse e a chuva caísse com mais força, o rapaz perguntou à recém-chegada:
- A senhora não tem medo?
A escritora ia dizer que não, mas a caseira, que evidentemente não estava nem um pouco assustada, atalhou-a:
- É claro que ela estava morrendo de medo, assim como eu. Mas agora temos um homem aqui, e tudo vai ficar bem.
Quando a tormenta passou, o menino despediu-se e saiu, capengando do modo mais garboso que podia.
A escritora ficou pensativa e perguntou-se: "Por que não me ocorreu responder à pergunta do menino como a caseira?" E evocou tantas situações da sua vida em que se mostrara pouco sensível às necessidades dos outros por estar absorvida nas suas coisas. "Que havia naquela mulher simples do campo - continuou a pensar - que a tornava capaz de transformar um menino aleijado num homem confiante?" E teve de reconhecer: simples detalhes de gentileza e afeto.
Pois é precisamente no convívio com as outras pessoas que a atenção para os detalhes se reveste de um significado especial. Merece até um nome particular: delicadeza, que reclama uma grande diligência e grandeza de alma. É ela que permeia todas as virtudes próprias da convivência, como a cordialidade, a afabilidade, o acolhimento, o perdão, a paciência, enfim, a caridade. Manifesta-se principalmente, em palavras de Machado de Assis, "nesse desejo de bem servir que é a alma de toda a cortesia". Nunca deveria dar-se motivo para o comentário cético daquele que dizia que o lar é o centro geométrico das grandes dedicações e das pequenas desatenções.
Mas trata-se de exercitar a "arte de ser amável" não apenas no sentido ativo, mas também no sentido passivo, isto é, facilitando aos outros que nos queiram bem. Quando penso nisto, lembro-me sempre de um cantor nacional que, há uns trinta anos, fazia um programa de TV com muito sucesso e que, no fim de cada apresentação, se despedia com as mesmas palavras: "Continuem a querer-me bem, que não custa nada". É isso o que quero dizer com ser amável no sentido passivo: que, pela nossa gentileza, não custe aos outros nada ou quase nada querer-nos bem.
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Fonte: "Coisas Pequenas", de J. Malvar Fonseca, Editora Quadrante, São Paulo, 1996

24 agosto 2007

Chico para nós


Na Carreira
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Pintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão
Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
Apagar as pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar
Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir
Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitati
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão
Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pruma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar
Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus

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Todo sentimento
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Preciso não dormir/
Até se consumar/
O tempo da gente/
Preciso conduzir/
Um tempo de te amar/
Te amando devagar/
E urgentemente/
Pretendo descobrir/
No último momento/
Um tempo que refaz o que desfez/
Que recolhe todo o sentimento/
E bota no corpo uma outra vez/
Prometo te querer/
Até o amor cair/
Doente/
Doente/
Prefiro então partir/
A tempo de poder/
A gente se desvencilhar da gente/
Depois de te perder/
Te encontro, com certeza/
Talvez num tempo da delicadeza/
Onde não diremos nada/
Nada aconteceu/
Apenas seguirei, como encantado/
Ao lado teu

22 agosto 2007

Anos

Fitas, cores e amores
Passam certos neste chão
Anunciam que as dores
Cortam cara e emoção.
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Passos largos, desafios
Envolvendo sedução
Pelos caminhos sombrios
Pela pauta e coração.
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Eternos amores da vida
Caminham na direção
Da estrada colorida
Sem paz, luz ou perdão.
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Do silêncio cá estou
Do fruto desse amor
Veja bem o que sobrou
Uma alma (re)lembrada
Dentro daquele cantor.
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H.S. 21/08/07

21 agosto 2007

Idade

Com a idade leva-se muitas coisas e deixa outras tantas.
Privilégios idos feitos de lembranças, num emaranhado de pensares e ações.
A idade conta-se a partir do "espírito". Quanto mais jovem de espírito(isto eu aprendi), mais nova é a pessoa, mesmo que esta tenha 90 anos.
Conta o humor, as risadas, a cara aberta, a descontração, a euforia, a delicadeza. Pesa-se tudo isto e ao final, acha-se o real valor. O quê e para quê damos tal importância e a quem destina-se.
A memória tende a lembrar e fazer-se lembrar de acontecimentos bons e ruins. Mais bons do que ruins. Depende da vida.
Êta, vida!!! Um labirinto com minotauros, afrodites e cutie-cuties. Talvez com surpresas tão agradáveis, outras muito desagradáveis.
O importante será colocado ao final, certo de que valeu a pena.

16 agosto 2007

190 - URGENTE!!!!!!

De acordo com Rubem Alves: "é precisamente na ausência que a proximidade é maior". Um filósofo tão expressivo e tão inteligente merece meu cuidado e carinho: mais um tema pra "fundir meu cérebro". AFFFF!!!! Confesso que fiquei com raiva!!! Haja coração, pulmão, intestino, pele...
Já pensei em tudo que possa rodear a mente de uma pessoa: de Brasil a Pasárgada!!!!!
Como uma frase pode mudar a visão da gente???
Até então eu achava que estava fazendo a coisa certa, mas pelo ângulo(certeiro) de Rubem Alves, não estou nada certa.
Mas por outro lado não quero me submeter a nada. Não estou fugindo do caminho agora encontrado, mas estou me movendo com maior rapidez pra o lado onde os acontecimentos me farão seguir um rumo desconhecido mas com esperanças.
Quem sabe agora eu me veja como tenho que ser vista, me chame a atenção do que realmente tem que ser chamado e me direcione pra o lugar onde realmente devo estar.
Será difícil mas como nada nesta vida é fácil, vamos que vamos!!!!!!!








12 agosto 2007

O amor tem feito coisas que até mesmo Deus duvida















Pela primeira vez: PRI-MEI-RAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA vez eu me senti leve. Não sei se é porque tô conseguindo ver minha meta sendo concretizada, não sei....só sei que estou leve desde ontem.

É algo inexplicável que aconteceu....









07 agosto 2007

188

. Escrever é um ato de amor, coragem e processo de amadurecimento.Pelas palavras escritas se vê o mundo interior e consequentemente abre-se caminho para o exterior. A externação dos sentimentos faz com que eu me sinta mais leve, mesmo sabendo que o poeta é um fingidor. Prefiro me referir como atriz, atuo no palco da vida onde todos os erros e acertos me fazem melhorar, sempre. Não sou ligada ao tempo porque para mim ele não passa de intensificador do(sic) sofrimento. Este meu texto não terá parágrafos, terá apenas um e neste falarei tudo que quero. Poeta é assim, fala o que quer porque o computador aceita tudo e porque a mente é livre de alguma forma...O cansaço me veio ontem e eu não pude fazer outra coisa a não ser dormir. "Dormir faz bem"........................São muitos porquês engasgados e entalados sem respostas! Prefiro pensar em tudo que passou como se fosse um espetáculo maravilhoso e que teve seu fim. Não importa se comédia, tragédia ou suspense. Teve fim e pronto. O amor que antes aparecia em algumas cenas, hoje está escondido e com medo. Hoje está (re)velado entre tantos pensares que atordoam as mentes não muito sãs. Será que Freud explica o querer latente e obstinadamente em a afirmar e reafirmar o que não sente??? Se por um lado estou dizendo pra mim mesma, por outro lado, talvez inconscientemente, quero afirmar o contrário mas não devo. Dúvida cruel....Quando cativamos alguém isso se torna castigo eterno, um castigo que corrói a alma. Parece-me abusivo dizer tanto assim mas é isso mesmo que estou percebendo. O que é cativar???? Vamos ao dicionário: cativar v.t.d. 1.tornar cativo;capturar. 2.ganhar a simpatia, a estima de; encantar.P. 3.tornar-se cativo; ficar sujeito. 4.apaixonar-se. O que é fazer coisas para conquistar o amor???? Bem, não sei mesmo o que é cativar, talvez eu esteja em outro plano dimensional porque neste eu não consigo apreender.Crime: amar Castigo: deixar de amar. Será que não tem como perceber que não há outro caminho??? Querer estar junto da pessoa é um fato que não se pode levar em conta entre duas pessoas que se cativaram e se tornaram responsáveis uma pela outra porque isso tornou-se sinônimo de querer conquistar o amor do outro. A conquista já foi realizada???? A gente só perde o que tem, ninguém perde o que nunca teve...A única certeza inconscientemente que tenho é que não existe outra esperança, aliás, a esperança já não existe mais faz tempo.

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Gisele Lamin Mota

04 agosto 2007

Abstrair