10 outubro 2006

Nunca deixe de VIVER

Que beleza eu poder voltar a escrever aki e não ser impedida por absolutamente ninguém!
Hoje to muito bem e querendo escrever tudo que eu tiver vontade! Fazer o quê, né?
Não vou colocar gravuras/imagens, somente vou aproveitar pra colocar um texto ma-ra-vi-lho-so de Martha Medeiros. Êta mulher pra escrever bem! Tb vou deixar um link de um site muito lindo. Espero que vcs gostem.
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JÁ FUI DE ESCONDER O QUE SENTIA. E sofri com isso. Hoje não escondo nada do que sinto e penso, às vezes também sofro com isso, mas ao menos não compactuo mais com um tipo de silêncio nocivo: o silêncio que tortura o outro, que confunde, o silêncio a fim de manter o poder num relacionamento. Assisti ao filme ¿Mentiras sinceras¿ com uma pontinha de decepção. Os comentários haviam sido ótimos, porém a contenção inglesa do filme me irritou um pouco, mas, nos momentos finais, uma cena aparentemente simples redimiu minha frustração. Embaixo de um guarda-chuva, numa noite fria e molhada, um homem diz para uma mulher o que ela sempre precisou ouvir. E eu pensei: como é fácil libertar uma pessoa de seus fantasmas e, libertando-a, abrir uma possibilidade de tê-la de volta, mais inteira. Falar o que se sente é considerado uma fraqueza. Ao sermos absolutamente sinceros, a vulnerabilidade se instala. Perde-se o mistério que nos veste tão bem, ficamos nus. E não é este tipo de nudez que nos atrai. Se a verdade pode parecer perturbadora para quem fala, é extremamente libertadora para quem ouve. É como se uma mão gigantesca varresse num segundo todas as nossas dúvidas. Finalmente se sabe. Mas sabe-se o quê? O que todos nós, no fundo, queremos saber: se somos amados. Tão banal, não? E no entanto esta banalidade é fomentadora das maiores carências, de traumas que nos aleijam, nos paralisam e nos afastam das pessoas que nos são mais caras. Por que a dificuldade de dizer para alguém o quanto ele é ou foi importante? Dizer não como recurso de sedução, mas como um ato de generosidade, dizer sem esperar nada em troca. Dizer, simplesmente. A maioria das relações entre amantes, entre pais e filhos, e mesmo entre amigos ampara-se em mentiras parciais e verdades pela metade. Podem-se passar anos ao lado de alguém falando coisas inteligentíssimas, citando poemas, esbanjando presença de espírito, sem alcançar a delicadeza de uma declaração genuína e libertadora: dar ao outro uma certeza e, com a certeza, a liberdade. Parece que só conseguiremos manter as pessoas ao nosso lado se elas não souberem tudo. Ou, ao menos, se não souberem o essencial. E assim, através da manipulação, a relação passa a ficar doentia, inquieta, frágil. Em vez de uma vida a dois, passa-se a ter uma sobrevida a dois. Deixar o outro inseguro é uma maneira de prendê-lo a nós e este "a nós" inspira um providencial duplo sentido. Mesmo que ele tente se libertar, estará amarrado aos pontos de interrogação que colecionou. Somos sádicos e avaros ao economizar nossos "eu te perdôo", "eu te compreendo", "eu te aceito como és" e o nosso mais profundo "eu te amo" não o "eu te amo" dito às pressas no final de uma ligação telefônica, por força do hábito, e sim o "eu te amo" que significa: "seja feliz da maneira que você escolher, meu sentimento permanecerá o mesmo". Libertar uma pessoa pode levar menos de um minuto. Oprimi-la é trabalho para uma vida. Mais que as mentiras, o silêncio é que é a verdadeira arma letal das relações humanas.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

q cosa mais linda... mais verdadeira. Liberdade é mto bom... lindo msm! foi vc q escreveu???
clarissa

terça-feira, outubro 17, 2006 11:19:00 AM  
Blogger Eu* said...

Oi Clarissa, nao foi eu nao...nossa, nem consigo escrever como esta escritora maravilhosa: Martha Medeiros.
bj, tdo de bom!

terça-feira, outubro 17, 2006 12:04:00 PM  
Blogger Isa said...

oi
Adorei se blog, voltarei mais vezes para o visitar.
bj

terça-feira, novembro 07, 2006 11:13:00 PM  

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